sexta-feira, novembro 24, 2006
Foi ainda há pouco que te conheci, e o mundo já parece diferente.
Passeio por esta rua que já cruzei mil vezes, mas já não é a mesma rua: há no ar uma curiosa vibração, como se fadas e querubins brincassem à minha volta.
As vitrines, os edifícios, os monumentos, a praça, o sinaleiro, o chafariz — toda a cidade parece sorrir para mim.
Tenho vontade de sair andando assim, bem devagar, saboreando os passos como taças de champanhe.
Sinto coisas esquisitas — um impulso de saudar os que passam, de pedir que se detenham um instante e reparem no dia lindo que amanheceu, e percebam que o mundo já não é tão feio e triste quanto sempre foi. Tenho o ímpeto de rir e, ao mesmo tempo, um desejo estranho de chorar.
E então me dá vontade de auxiliar o velhinho a atravessar a rua, de ajudar a senhora com os pacotes, de dividir minha alegria com alguém... Uma vontade tola e gratuita de ser bom.
Alheias à revolução dentro de mim, as pessoas vão seguindo, apressadas e sérias, como hoje fosse mais um dia como os outros. Parece que, para todo o mundo, esta é uma manhã qualquer, igual a tantas que já se passaram.
Mas estão todos enganados.Hoje eu te conheci. Nunca houve uma manhã tão linda como esta.
:: Por Flávia | 12:00 PM | Comentários [9]
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